quinta-feira, 25 de outubro de 2007

" ZERO "



Em 1983, Guilherme Isnard, recém saído do Voluntários da Pátria, monta, junto com Beto Birger (depois no Nau) no baixo; Cláudio Souza (Violeta de Outono) na bateria; Gilles Eduar, sax ; Fábio Golfetti (Violeta de Outono) e Nelson Coelho nas guitarras. Esta formação, mais underground, durou apenas dois anos, e rendeu o compacto com Heróis e 100% Paixão, músicas que entraram na programação das rádios rock na época além de participarem da coletânea Os Intocáveis e também em uma música da cantora May East.Em 85, o vocalista Guilherme Isnard, remonta o grupo com uma nova formação que contava com Eduardo Amarante (ex-Agentss e Azul 29) na guitarra; Rick Villas-Boas (ex-Joe Eutanásia) no baixo; Freddy Haiat (ex-Degradée) nos teclados e Athos Costa (ex-Tan-Tan Club) na bateria. Com esta nova formação passaram a compor e a gravar novas músicas, na esperança de um futuro contrato com uma gravadora. Neste ponto apareceu a chance de gravar pela EMI que estava com um projeto novo, de lançar novas bandas em um formato não muito comum no Brasil, o Mini LP, ou EP. Foi assim que o Zero lançou o primeiro trabalho, Passos no Escuro. Neste álbum quase todas as músicas se destacaram, mas as principais foram Agora Eu Sei, com a participação do então desconhecido Paulo Ricardo (RPM) e a faixa titulo.Dois anos depois em 87, lançam o bem sucedido disco Carne Humana, com os hits A Luta e o Prazer, Quimeras e Algum Vicio. Para este trabalho sai Athos e entrou Malcolm (ex-Azul 29 e Voga).
Neste mesmo ano, abrem os shows da turnê brasileira de Tina Turner,
mesmo enfrentando um publico hostil, que estava interessado apenas em ver a cantora, o ZER0 se mostra um grupo maduro, fazendo excelentes apresentações.
Passam os dois anos seguintes fazendo shows pelo Brasil inteiro.
Já em 89, surpreendem a todos anunciando o grupo iria se separar.

"SEX'PLÍCITO"



Banda mineira, aliás, uma das melhores bandas underground dos anos 80. Letras bem bacanas e um som original. Composta por Roger Betonera na batera, Rubinho Troll no vocal, Mario no baixo e John (Pato Fu) na guitarra. Lançaram dois álbuns: "Combustível Para O Fogo" em 1989 e "O Disco Dos Mistérios Ou 3 Diabos E Ou Sexplícito Visita O Sítio Do Pica-Pau Amarelo Ou Tributo A H. Romeu Pinto" em 1991, ambos pelo selo Eldorado. Encerram as atividades na seqüência

" CHEQUE ESPECIAL "



Banda carioca formada por: Aníbal Rosas - Voz e Guitarra/ Paulinho Meira - Guitarra e Vocal/ Dudu Castro - Baixo e Vocal/ Lory Cesar - Teclados e Vocal e Eduardo Helborn - Bateria, Percussão e Vocal. Em 1986 estouraram nas rádios com a música “Pronta Pra Estudar” do refrão “Assim você vai se dar mal, assim você vai levar pau, pau, pau". Apareceram várias vezes no Cassino do Chacrinha com essa música, além de “Búzios Armação”, “Náufragos do Amor” e "A Gata do Morey Boogie". Lançaram um único álbum “Débora” e desapareceram, como várias bandas da época.





" CIVIL "


Após passar uma temporada no paraíso do chope e das batatas fritas, o rock nacional enreda-se de forma homogênea na assim chamada crítica social. O Civil é um dos mais novos adeptos da causa e, de sua trincheira de vinil, dispara a torto e a direito contra a política, a religião, a censura, a escola, as armas nucleares... Tudo muito bem, tudo muito bom, mas vocês já não viram esse filme antes? E levado de forma muito mais satisfatória? De estalo, saltam nomes como Mercenárias, Titãs, Legião Urbana, Plebe Rude... Que tal mudar o discurso, rapaziada?
PAIRA NO AR UMA BRISA GELADA...

" RADIO TAXI "


Wander Taffo e Lee Marcucci se conheceram quando eram músicos de Rita Lee e formaram o Radio Táxi, aonde seu primeiro sucesso foi Garota Dourada, musica de Taffo e Marcucci e letra de Nelson Motta, canção que se destacou no filme Menino do Rio e foi incluída no primeiro compacto da banda, no final de 1981, ela tocou por todo o país e os rapazes do Radio Táxi, sob as orientações de Manoel Poladian, apareceram até em figurinhas autocolantes dos salgadinhos Elma Chips.Foi o suficiente para que a gravadora CBS lançasse, em 1982, o primeiro disco, homônimo, da banda, produzido por Luis Carlos Maluly e com campanha promocional digna de superstars. Alem de Garota Dourada, o disco continha os sucessos, Coisas de Casal, Dentro do Coração e a regravação de Que Tudo Vá Para o Inferno e, na época, foram considerados como pop brega.O segundo disco, lançado em 1983, também homônimo, trouxe os sucessos, Sanduíche de coração e Eva.

" BUANA 4 "


Grupo de rock formado na cidade do Rio de Janeiro em 1988 por Maurício Barros (voz e teclados) que, em fevereiro do mesmo ano, havia deixado o Barão Vermelho e também integrado por Gian Fabra (baixo), Guilherme Valdetaro (bateria) e Billy Brandão (guitarra). No ano seguinte o grupo lançou o LP "Buana 4", cujo destaque foi o sucesso "Eu só quero ser feliz". A música foi incluída na trilha sonora da novela "Top Model", da Rede Globo, naquele mesmo ano. Em 1992 o grupo encerrou as atividades.

" YAHOO "


Surgida no final dos 80’s a banda Yahoo foi uma invenção do multifacetado guitarrista Robertinho de Recife que gravou dois álbuns e largou a empreitada. O grupo continuou e lançou mais dois álbuns até encerrarem as atividades no início da década de 90. Em 2006 voltaram com o lançamento do álbum “Versões”, que como o nome diz é só de versões. Seu maior sucesso foi a balada “Mordida de Amor”, uma versão de Love Bites do Def Leppard que foi tema da novela Bebê a Bordo.

Formação :

Zé Henrique - Voz e Baixo
Robertinho De Recife - Guitarra e Violão
Marcello Azevedo - Teclados e Guitarra
Marcelo Faria - Bateria

Depois do segundo álbum saiu Robertinho De Recife e entraram Serginho Knust – Violão e Guitarra e Val Martino - Teclados.

"SEMPRE LIVRE"



Banda de música pop formada só por mulheres (Dulce Quental, substituída por Tonia Schubert e mais tarde por Denise Mastrangelo, voz; Lucia Lopes, bateria; Flavia Cavaca, baixo, Lelete, substituída por Sonia Bonfá e depois por Cleo Boechat, teclados, e Márcia, sendo substituída por Rosana Piegaia e depois por Louise Rabello, guitarra) que surgiu no começo da década de 80 impulsionada pelo grande sucesso da música "Eu Sou Free" (Ruban/ Patricia Travassos). Em 1984 veio o primeiro LP, "Avião de Combate", cuja música de trabalho ("Esse Seu Jeito Sexy de Ser") foi bastante executada nas rádios, mas não tanto como "Eu Sou Free". Depois de dezenas de shows por mês, incontáveis apresentações em programas de auditório, boatos de que o grupo era uma criação da gravadora, problemas com a censura (era proibida a reprodução pública da faixa "Alta Tensão"), a saída de Dulce Quental em 85 e o fracasso do segundo álbum, o grupo se dissolve em 1986.

" RICHIE "


Nascido na Inglaterra, morou em vários países, por ser filho de militar. Em 1972 conhece em Londres um grupo de brasileiros, inclusive alguns integrantes dos Mutantes, que o convencem a vir para o Brasil. A princípio fixa-se em São Paulo, mas em 1973 muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a dar aulas de inglês para músicos como Paulo Moura, Egberto Gismonti e Gal Costa. Participa de várias bandas como flautista e vocalista durante dois anos até começar a atuar como cantor no grupo Vímana, ao lado de Lobão, Lulu Santos, Luiz Simas e Fernando Gama, e gravam um compacto. Em seguida a banda se desfaz, e praticamente todos os seus integrantes partem para carreiras solos. Em 1983 Ritchie atinge grande sucesso com seu primeiro LP, "Vôo de Coração". Mais de um milhão de cópias vendidas com seus hits "Menina Veneno", "A Vida Tem Dessas Coisas", "Pelo Interfone" e "Vôo de Coração", que o levam a uma turnê nacional. Depois de ter se tornado um ídolo pop, Ritchie não conseguiu repetir a façanha, gravando mais discos e fazendo participações, mas nunca mais com o mesmo sucesso.

"AFRODITE SE QUISER"



O Que Que Ela Tem Que Eu Não Tenho? "One-hit wonder" do Brock dos anos 80, o grupo Afrodite Se Quiser foi um trio formado por Karla Sabah (que posou para a Playboy em outubro de 1989), Emilinha (compositora da música em questão) e Patrícia Maranhão.
O grupo lançou dois álbuns: "Afrodite Se Quiser" (1987) e "Fora de Mim" (1989).




"HANOI-HANOI"



Grupo de rock criado em 1985 no Rio em torno da figura do baixista Arnaldo Brandão, que já havia integrado as bandas Brylho, A Bolha, Blitz e conjuntos de Raul Seixas, Jorge Mautner, Luiz Melodia, Gal Costa e Caetano Veloso. De sua afinidade com o poeta Tavinho Paes nasceu o embrião do Hanoi-Hanoi, que lançou em 1986 o primeiro LP, "Hanoi-Hanoi". O primeiro e maior sucesso foi "Totalmente Demais" (que deu nome a um disco de Caetano), incluído neste disco ao lado de "Blablabla Eu Te Amo" e "Bonsucesso 68". Em 88 saiu "Fanzine", tendo como músicas de trabalho "Plic Plic", "O Tempo Não Pára" (Brandão/ Cazuza) O terceiro disco, "O Ser e o Nada" (EMI), é de 1990 e tanto o título quanto o conceito do disco são emprestados do papa do existencialismo Jean-Paul Sartre. Depois de participar do Rock In Rio II (1991) substituindo o Barão Vermelho, em 1992 veio "Coração Geiger", que não repetiu sucessos anteriores.
Em 1995 o CD "Credus" reuniu gravações ao vivo de uma turnê de 1993.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

" NENHUM DE NÓS "




Formado inicialmente por Thedy Correa(baixo e voz),Sady Homrich (bateria)e Carlos Stein(guitarra)o Nenhum de Nós decidiu em 1986 levar a música a sério.
Mandou uma fita-demo em 1987 para o produtor Tadeu Valério, o mesmo que havia feito a coletânea ‘Rock Grande do Sul ‘ e acabaram contratados. Em meados de 1987 chegou às lojas o primeiro LP. Quase nada aconteceu no eixo Rio/Sampa.
Somente em 1988 os programadores descobriram a faixa “camila, camila”
e de repente tudo mudou.
De um dia para outro o hit estourou. No segundo trabalho intitulado “Cardume” a versão de starman de David Bowie (astronauta de mármore)
foi uma das músicas mais tocadas do ano de 1989.
O primeiro LP vendeu pouco mais de 30 mil cópias, o segundo mais de 210 mil.
O Nenhum de Nós agora fazia parte do rock nacional, merecidamente.
Em 1990 foi lançado “Extrano” colocando mais som da gaita gaúcha nas faixas.
A música “Sobre o tempo” fez parte de novela global.
Neste LP o Nenhum de Nós já era um quarteto com a entrada de Veco Marques (violão/guitarra). Tempos depois João Vicenti (gaita/teclado/voz)
tornou-se parte do Nenhum de Nós.

"BIQUINI CAVADÃO"



Começou com o quarteto Bruno Gouveia (voz), Miguel Flores da Cunha (teclados), André da Luz (baixo) e Álvaro Lopes (bateria).

Tocavam descompromissadamente até que foram descobertos por Carlos Beni (kid abelha) e Herbert Vianna. Aliás, o nome da banda foi dado por Herbert, e a primeira fita-demo foi produzida por Beni.
Nela constavam “Tédio” e “No mundo da Lua’. Rodou na fluminense FM e até o final do ano, a primeira já era sucesso.
Veio contrato com gravadora e em 1986, já com Carlos Coelho na guitarra, o Biquini Cavadão lançou “Cidades em torrente”. Tinha participação de Renato Russo na faixa “múmias” e Herbert, guitarra em ‘Tédio”.
Vendeu cerca de 60 mil cópias. O segundo LP lançado em 1987 ‘A era da incerteza’ teve fria recepção. Vendeu pouco menos de 50 mil cópias.
Somente em 1989 o Biquini lançaria mais um LP: “Zé” mas as vendas caíram. Ficou em 25 mil cópias. Em 1991 “Descivilização” trouxe hits que fizeram parte das programações: “Zé Ninguém” e “Vento Ventania”.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

"ENGENHEIROS DO HAWAII"


Estudantes de Arquitetura, Humberto Gessinger e Carlos Maltz ficaram estudando e quase seis meses sem se falar. Quando apareceu uma festa estudantil os dois trocaram papos. Gessinger mostrou 30 letras a Maltz que mostrou a Marcelo Pitz. Fizeram três ensaios e tocaram. Duas composições próprias, covers e versão de “Lady Laura”de Roberto Carlos. Agradaram.
Na época Gessinger tinha 20 anos, Maltz 22 e Pitz 21. Em 1986 lançaram o LP coletânea “Rock Grande do Sul “ que tinha as faixas ‘Segurança’ e ‘Sopa de Letrinhas’. Em novembro de 1986 saia o LP dos Engenheiros “Longe demais das capitais”. Vendeu mais de 50 mil cópias em menos de um mês.
Emplacou a música “Toda forma de poder” em novela global e fez clipe
da mesma música com participação do ator Paulo César Pereio.
Após shows e perto de lançar outro LP, Pitz decide sair da banda. Gessinger assume o baixo e convidam Augusto Licks, 31 anos, músico conceituado no Rio Grande do Sul para a guitarra. Em 1987 lançam LP “A revolta dos dândis” e caem no gosto do público.
Sucesso forte principalmente no Sul do país. Ano seguinte saía o LP “Ouça o que eu digo, não ouça ninguëm “. 84 shows por todo o Brasil e o material para o quarto LP estaria gravado.
“Alívio imediato” teve seu lançamento em outubro de 1989.
As inéditas “Nau a deriva” e o nome do disco gravadas em estúdio.
O restante tirado dos shows.

" ULTRAJE A RIGOR "


Roger Moreira Rocha e Leospa amigos desde 1975, resolveram seis anos depois montar uma banda para diversão. Em 1979 os dois trabalharam em São Francisco (Estados Unidos) de entregadores de pizza e faxineiros. Nesta época inventaram a primeira música “Mauro Bundinha”.

Em 1982, já de volta ao Brasil definiam o nome do grupo até que em um errôneo entendimento, Edgard Scandurra (guitarrista) perguntou se teriam que tocar com Traje a Rigor. Depois foi só colocar o Ul. Desta época faziam parte Roger, Leospa, Scandurra e o baixista Silvio. Neste mesmo ano sai Silvio e entra o definitivo Maurício Rodrigues. Em 1983 surgia o primeiro compacto com “Inútil” e “Mim quer tocar”. O compacto vendeu 30 mil cópias . O tão sonhado LP surgiria mais de um ano após, antes porém mais um compacto com “Eu me amo” e “Rebelde sem causa” já com Carlinhos na guitarra no lugar de Scandurra que ficou definitivamente no Ira! Após shows e tocarem os compactos nas rádios criava-se uma expectativa para o primeiro LP. E ele veio em 1986 estourando vários hits, inclusive o nome dado a ele: ‘Nós vamos invadir sua praia’.

Com apenas um mês nas lojas já chegava a casa de 50 mil cópias vendidas(chegaria a decuplicar esta marca). Durante a maior parte do ano, o Ultraje decidiu tirar férias para evitar a superexposição. Em 1987 lançaram o LP que sucederia o grande sucesso de “Nós vamos…”.
“Sexo” foi gravado em sua maior parte pelo guitarrista Sérgio Serra, já que Carlinhos foi embora para os Estados Unidos. O LP fez quase tanto sucesso quanto o outro, vendeu pouco mais de 320 mil cópias.
“Crescendo” foi o terceiro LP, lançado em 1989 nas lojas e chegou a marca de 234 mil vendidos. Em julho Maurício abandona o baixo, entrando Andria Busic e posteriormente Osvaldo Fagnani. Em março de 1990 é lançado o último LP com o Ultraje de outrora: “Por que Ultraje a Rigor”? vendeu pouco mais de 50 mil cópias. Nele constava a música ‘Mauro Bundinha’.

" R.P.M "



O RPM (Revoluções por Minuto) é o grupo do rock brasileiro surgido em 1985, tendo sido um dos mais populares do país nos anos de 1986 e 1987. Foi um dos grupos mais bem sucedidos da história da música brasileira. Na segunda metade dos anos 80, conseguiram bater todos os recordes de vendagens da industria fonográfica brasileira. Seus criadores tinham um forte embasamento cultural e musical, o que foi fator determinante no tiro certo para o sucesso.
Tudo começou em 1976, em São Paulo, quando Paulo Ricardo namorava Eloá, que morava em frente à casa onde Luiz Schiavon ensaiava com May East. O casal resolveu um dia visitar os vizinhos, que estavam num ensaio crucial que decidiam entre cantar em inglês ou português. Paulo Ricardo deu seu voto, opinando pelas letras em português e assim conheceu Luiz Schiavon. Neste dia conversaram muito sobre música. Paulo estava começando sua carreira como crítico musical e Schiavon era um pianista clássico. Schiavon buscava um novo caminho, mais popular, mas sentiu dificuldade em encontrar alguém. Foi assim que Paulo recebeu o convite para integrar o "Aura", uma banda de jazz-rock que ainda tinha Paulinho Valenza na bateria. Depois de três anos de ensaios e nenhum show, Luiz encantou-se pela música eletrônica e pela tecnologia de novos sintetizadores, enquanto Paulo decidiu morar na Europa – primeiro na França e depois em Londres, de onde escrevia sobre novidades musicais para a revista Somtrês e se correspondia com freqüência com Schiavon. Este choque de personalidades impulsionou a criação do RPM depois que o trabalho da dupla foi retomado, já em São Paulo.
Juntos, criaram as primeiras canções. As primeiras foram "Olhar 43", "A Cruz e A Espada" e a música que batizara a banda que ali nascia: "Revoluções por Minuto". Gravaram uma fita demo destas músicas com uma bateria eletrônica e encaminharam à gravadora CBS que considerou-as ambíguas e difíceis de tocar nas rádios. O nome 45 RPM (45 rotações por minuto) foi sugerido inicialmente em uma lista de nomes feita por uma amiga. Schiavon e Paulo gostaram do nome, mas tiraram o 45 e mudaram o Rotações por Revoluções. Convidaram o guitarrista Fernando Deluqui (ex-Gang 90 May East) e o baterista Charles Gavin (ex-Ira!) para completar o grupo. Já batizados de RPM, conseguiram um contrato com a gravadora CBS, com o compacto de 1984, que viria com as faixas "Louras Geladas" (a música virou um hit das danceterias e das paradas de sucesso das rádios) e "Revoluções por Minuto" (que foi censurada na época). "Louras Geladas" caiu no gosto do público de todo o país e levou a banda a gravar o seu álbum de estréia, já com o baterista Paulo P.A. Pagni (ex-Patife Band), que entrou para o RPM como convidado, no meio da gravação do LP, o que explica a sua ausência na capa do disco "Revoluções Por Minuto". Charles Gavin havia saído do grupo para se integrar aos Titãs.


1985: Revoluções por Minuto

No mês de maio chega às lojas Revoluções Por Minuto, no vácuo de um país ainda perplexo com a morte de Tancredo Neves. O misto de paixão platônica e pretensa declaração de amor de "Olhar 43" emplaca nas rádios e abre caminho para que outras faixas, mais politizadas e/ou conceituais, façam o mesmo. As faixas do disco tratam também de temas como política internacional e transformações sócio-econômicas. Um elemento estranho são os climas soturnos dos arranjos de Luiz Schiavon – herança dos tempos londrinos do baixista, que viu o pós-punk britânico. O sucesso do álbum é tanto que o RPM emplaca rapidamente uma seqüência de hits no rádio (oito entre as onze faixas do álbum) e chega à marca de 100 mil LPs vendidos (disco de ouro). Revoluções por Minuto chegou a vender 300 mil cópias.

Faixas do disco: Rádio pirata / Olhar 43 / A cruz e a espada / Estação no inferno / A fúria do sexo frágil contra o dragão da maldade / Louras geladas / Liberdade-Guerra Fria / Sob a luz do sol / Juvenília / Pr'esse vício / Revoluções por minuto


1986: Rádio Pirata ao vivo

Logo depois dos primeiros shows de divulgação, o RPM fecha contrato com o megaempresário Manoel Poladian, que procurava uma banda em ascensão no rock brasileiro para o seu elenco de artistas platinados de MPB. Os costumeiros palcos das danceterias são trocados por uma megaprodução, com direito a Ney Matogrosso assinando luz e direção, canhões de raio laser e multidões espremidas em ginásios e estádios. À esta altura, Paulo Ricardo já é sex symbol: estampa diversas capas de revistas e enlouqece garotas histéricas.

Sem “futuros hits” na manga e para manter a banda em alta, Poladian, músicos e gravadora lançam em julho de 1986, um novo álbum, com parte do registro de dois shows da histórica turnê. O repertório de Rádio Pirata Ao Vivo traz quatro gravações inéditas (sendo duas covers) e cinco faixas de Revoluções Por Minuto. Com a ajuda dos preços congelados do Plano Cruzado, 500 mil cópias são vendidas antecipadamente. As vendas de Rádio Pirata Ao Vivo disparam e chegam a 2,2 milhões. O RPM transforma-se no maior vendedor da indústria fonográfica nacional até então.

As coisas ficaram tensas, no entanto, quando Paulo Ricardo passou a ser conhecido apenas como "sex symbol" e começou a ser procurado e visto por jornalistas e fãs como se fosse modelo e não músico.



Faixas do disco: Revoluções por minuto / Alvorada voraz / A cruz e a espada / Naja / Olhar 43 / Estação no inferno / London, London / Flores astrais / Rádio pirata


1987: A primeira separação

Mesmo com todo o sucesso no Brasil e em países como França e Portugal, o RPM que até teve um Globo Repórter Especial em 1986 e havia se tornado álbum de figurinhas, passava por uma situação difícil. Em junho de 1987, houve o lançamento oficial do mix em que se encontravam o grupo de rock de maior sucesso do Brasil - o RPM (mais de 3 milhões de cópias vendidas de seus dois LPs) e um dos monstros sagrados da moderna MPB - Milton Nascimento, o RPM & Milton. O fracasso do projeto RPM Discos, um selo próprio do grupo, acabou causando conflitos entre seus integrantes. Chegou-se a produzir um LP com o grupo paulista Cabine C, que prensado e distribuído pela RCA, não vendeu nem 20 mil cópias. Uma experiência em auto produzir videoclip também resultou em prejuízos. E o projeto de um longa-metragem foi a gota d'água para a separação do grupo: o cineasta Sérgio Rezende ("Até a Última Gota", "O Homem da Capa Preta", "O Sonho Acabou") trabalhou durante dois meses no roteiro, com Marcelo Rubens Paiva ("Feliz Ano Velho"), amigo e colega de escola de Paulo Ricardo, Fernanda Torres chegou a ser contratada para o filme que seria produzido por Luís Carlos Barreto. Uma produção destinada a ter, em 1987, o mesmo impacto up-to-date, que Richard Lester conseguiu com os Beatles no auge de sua fama ("Os Reis do Ié-Ié-Ié", "Help"), mas que não se concretizou. Em 1987 chegaram a anunciar a separação oficial do grupo.


1988: Quatro coiotes

O grupo retomou as atividades em 1988, com o álbum "RPM" (mais conhecido como Quatro coiotes), que saiu com uma tiragem inicial de 250 mil cópias. Na gravadora, o RPM ainda tinha destaque, pois chegara a empatar com Roberto Carlos em termos de vendagem, ainda a maior fonte de receita da mesma. Houve uma grande divulgação na época: em algumas rádios o disco chegou a ser executado por inteiro em sua programação.

Separados há mais de seis meses, a banda figurava aparentemente mais amadurecida, com um disco basicamente com base na percussão (do brasileiro Paulinho da Costa, radicado nos EUA há mais de 10 anos). Gravado entre novembro/87 a fevereiro/88, nos estúdios da Sigla em São Paulo e Light House, em Los Angeles, onde também foi mixado no sistema digital, com corte e masterização de profissionais dos mais competentes (Bernie Grundman Mastering), o RPM reúne nas dez faixas deste LP de retorno participações ilustres - como dos americanos Larry Williams e Dan Higins, nos sax; Jerry Hey, Gary Grant e Lanny Hall em trumpetes e, nas vozes, a competência de Siedah Garreth, Phyllips St. James e Maxi Anderson - o que se pode sentir especialmente em "Partners". Apesar de tudo, o som é estritamente alto, com o instrumental sobrepondo-se as letras (todas, exceto "Ponto de Fuga", de Paulo Ricardo). Não faltou erotismo como em "A Dália Negra" ou até uma pitada social em "O teu futuro espelha essa grandeza", com solo de cuíca e a participação pagodeira de Bezerra da Silva para uma letra que fala em poluição de praias, crianças abandonadas. Vendeu as 250 mil cópias, mas para os padrões do RPM, era o fracasso. Novamente o grupo se rompe.

Não se sabe a ocasião, mas o grupo ainda viria a realizar a regravação de "A página do relâmpago elétrico" de Ronaldo Bastos, em 1989.

Faixas do disco: Quatro coiotes / A dália negra / Um caso de amor assim / Ponto de fuga / Partners / A estratégia do caos / Sete mares / Quarto poder / O teu futuro espelha esta grandeza / Show it to me


2002: MTV RPM ao vivo

A partir daí, cada um seguiu seu caminho, seja em carreira solo, produzindo outros grupos ou até compondo para outros artistas. Permaneceram separados até 2001, quando resolveram se encontrar novamente para ensaiar, sem maiores pretensões, os antigos sucessos. Percebendo o entrosamento perfeito e a vontade de todos de estarem juntos novamente nos palcos, deram início ao retorno do RPM.


Após 12 anos em que cada um seguiu sozinho sua carreira, em 2001 Deluqui telefonou para o Schiavon convidando-o para assistir um show que ele faria em São Paulo. Schiavon desculpou-se dizendo que não poderia ir. Esse telefonema começou a acender uma saudade dos bons tempos. O tecladista ligou para Paulo Ricardo que estava no Rio de Janeiro, Paulo chamou Schiavon para conversar e assim decidiram que estava na hora de um retorno. Um dia passaram na casa de P.A. e foram para um ensaio informal, onde neste dia tocaram todas as músicas do RPM como se não tocassem juntos há uns três meses, resolveram mágoas do passado e chamaram novamente o "quinto coiote" para empresariá-los, Manoel Poladian.
Interessada no projeto, a MTV comprou a idéia e colocou-os novamente na mídia com o álbum "MTV RPM 2002", gravado ao vivo no teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, no mês de março de 2002. Um dos maiores destaques foi a inédita "Vida Real", tema do programa Big Brother, exibido pela Rede Globo.

Um outro ponto alto deste show é a belíssima "A Cruz e a Espada", que traz a participação de Renato Russo (em memória). Outra participação especial que há no show é a de Roberto Frejat, do Barão Vermelho, que toca guitarra na música "Exagerado", regravação que homenageia Cazuza.
Vendeu mais de 300 mil cópias do CD e 50 mil cópias do DVD.

Faixas do disco: Revoluções por minuto / Alvorada voraz / Juvenília / Sete mares / Fatal / Liberdade-Guerra Fria / London, London / A cruz e a espada / Exagerado / Vem pra mim / Carbono 14 / Sob a luz do sol / Rainha / Louras geladas / Rádio pirata / Vida real / Olhar 43 / Onde está o meu amor?


2003: Nova separação

O grupo, com o sucesso do projeto da MTV, começou então uma nova turnê por todo o Brasil, que não durou muito tempo. Especulações dizem que a banda se separou após os outros integrantes descobrirem que Paulo Ricardo havia registrado todos os direitos em seu nome, iniciando uma disputa judicial pela marca RPM. Outros dizem que houve divergências quanto ao som da banda, se seguia os anos 80 ou partia para algo mais moderno. Depois, Paulo Ricardo e o baterista Paulo (P.A.) Pagni formaram a banda PR5 (que foi um verdadeiro fracasso), enquanto Luiz Schiavon e Fernando Deluqui seguiram para projetos solo. Atualmente, Paulo Ricardo voltou a sua carreira solo, lançando em 2006 o CD e DVD Acoustic Live, com covers de classicos internacionais e, em 2007, o CD Prisma, com uma pegada pop rock com as faixas "Diz" e "A Chegada", contando com os membros do PR5 como músicos de apoio, inclusive o baterista Paulo (P.A.) Pagni. Luiz Schiavon atualmente dirige, junto com o músico Caçulinha, um grupo musical no programa Domingão do Faustão, da Rede Globo.


2007: A volta

Depois de muito som rolado e quatro anos passados, a banda anuncia o lançamento de uma caixa com os 3 primeiros albuns da banda e mais um CD com remixes, covers e faixas não lançadas, junto com um DVD com o show do disco Rádio Pirata - Ao Vivo, de 1986. Enquanto todos esperam o lançamento oficial, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo (P.A.) Pagni já andam tocando juntos. Assim, inicia-se uma provavel volta da banda e o recomeço das revoluções por minuto...