
Grupo paulista formado em setembro de 1982. Realizou uma série de shows no ano de 83. Tocou no Carbono 14, Rose Bom Bom, Lira Paulistana, Clash, Sesc Pompéia e Napalm (SP), Noites Cariocas e Circo Voador (RJ).
Os Voluntários da Pátria não se apresentam ao vivo desde o início de anos de 84 (exceção feita ao show pelas Diretas-Já no Centro Cultural São Paulo). Durante este tempo, o grupo de dedicou à Criação e aperfeiçoamento de músicas para a composição de um repertório significativo. Este repertório reune as principais composições do grupo desde o seu surgimento. O objetivo inicial deste trabalho era o de definir a identidade musical do conjunto; o objetivo final,
o de registrar este material em um LP.
O papel do disco seria o de reproduzir fielmente os sons produzidos pelo grupo.
A "fidelidade" em questão se refere ao som produzido ao vivo pelos Voluntários da Pátria, com os timbres de seus instrumentos equalizados de acordo com sua própria concepção estética. E o primeiro passo na tentativa de ir de encontro a este critério, foi o de abandonar toda e qualquer perspectiva de lançar o LP por uma gravadora. Tinha-se descoberto que as gravadoras são incapazes de reconhecer a avaliar trabalhos que fogem dos padrões derivados de modismos passageiros. Não existe interesse nem iniciativa no sentido de se fazer um investimento a longo prazo, dirigido a um novo mercado, um mercado sólido sustentado por uma base real: a relação onde os envolvidos partem para a discussão sobre determinado trabalho, situando-o em determinado contexto e resguardando ou não seu papel histórico de obra de arte.
Tinha-se descoberto também, que os produtores de disco daqui são incapazes de situar qualquer tipo de música feita por jovens, em outro universo que não seja o das FMs e AMs comerciais. Isto revela sua desinformação: ignoram, entre outras coisas, o movimento punk, um movimento que praticamente alterou o comportamento do mercado fonográfico a nível mundial,
além de ter influenciado toda uma geração de músicos e ouvintes.
Os Voluntários da Pátria partiram então para a auto-produção, contando com a ajuda mecênica de Luiz Carlos Calanca (Baratos e Afins Records).
O resultado é o LP com oito faixas instigantes. três das quais censuradas. São oito faixas onde prevalece a originalidade da integração letra/música/arranjo (os Mutantes faziam isso com classe).
O LP, situado no atual marasmo da MPB, merece ser tratado seriamente.
O disco foi gravado em julho/84 no Mosh Studio (16 canais), SP, e lançado pelo sêlo Baratos e Afins Discos.
Os Voluntários da Pátria são: Miguel Barella (quitarra, guitarra sintetizada), Giuseppe Frippi (quitarra, guitarra sintetizada). R. Gaspa (baixo), Nazi (vozes) e Thomas Pappon (bateria e vozes de fundo).
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